07 fevereiro 2009

MINISTRO GEDDEL VIEIRA FAZ SOBREVOO E INSPECIONA OBRAS DE TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO

O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, inaugurou ontem, no interior de Pernambuco, um novo modelo de vistoria de obras financiadas pelo governo federal. A pioneira foi a transposição de águas do rio São Francisco, projeto que vem enfrentado resistência de ambientalistas, mas que é definido por governadores e pela maioria dos integrantes da bancada nordestina no Congresso como a “redenção do semiárido. Participaram da vistoria, além do ministro, dos engenheiros e funcionários de primeiro escalão do Ministério da Integração, os dirigentes das empresas vencedoras da licitação das obras. A equipe do ministro fez vários sobrevoos de helicóptero para ter uma vista aérea geral do andamento das obras do canais Norte e Leste, que levarão água para o Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Ceará, beneficiando mais de 12 milhões de pessoas do semi-árido nordestino, após sua conclusão. “Quero essa inspeção conjunta para cobrar celeridade e pedir empenho redobrado nesse momento de crise econômica”, explicou Geddel.A construção dos canais que vão transportar água para mais três estados está em fase inicial. A obra foi alvo de uma greve de fome feita em outubro de 2005 pelo bispo de Barra, na Bahia, dom Luiz Flávio Cappio, num movimento que dividiu a Igreja. Para dom Cappio a transposição é um “golpe fatal à vida do rio e, como tal, acaba sendo um golpe mortal ao povo que depende do rio.” Durante a greve, dom Cappio classificou a obra de “insana, louca e desvairada”. O projeto de levar água do São Francisco para garantir o abastecimento das regiões mais secas do Brasil foi apresentado pela primeira vez no início do século passado. A proposta ficou esquecida por mais de 60 anos e foi desengavetada no governo Itamar Franco pelo então ministro da integração regional Aluízio Alves. A proposta era retirar 1% da água que desemboca no mar para perenizar os rios secos dos estados mais ao norte, como é o caso do RN, que teria o Piranhas e o Mossoró – seus dois principais rios – perenizados pelas águas do “Velho Chico”, garantido o abastecimento da população e dando segurança hídrica aos projetos agrícolas. A obra foi efetivamente iniciada em 7 de janeiro do ano passado, duas semanas depois de o Supremo Tribunal Federal (STF), por seis votos a três, ter decidido liberar a construção por entender que não havia irregularidades nas licenças prévias concedidas pelo Ibama. Com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o projeto ganhou mais recursos e agilidade. Os custos foram estimados em R$ 4,5 bilhões (valores de 2007). A obra completa, a maior do governo Lula, foi dividida em 14 lotes, com 700 quilômetros de canais de concreto. De acordo com o cronograma, a obra seria concluída em outubro de 2010, mas os seguidos atrasos vão obrigar o Ministério da Integração a rever os prazos. Mesmo assim, o presidente Lula já manifestou desejo de inaugurá-la antes do término de seus governo.

Nenhum comentário: