Quarenta anos atrás parece muito, o tempo passa tão rápido que se quer percebemos, ontem meu Pai e minha Mãe estavam juntos comigo, hoje resta-me saudades, meu Filho nasceu ontem, hoje está terminando Farmácia e não vi esse tempo passar. Nesses quarenta anos que ficaram, lembro com saudades do riacho que cruza toda Jardim do Seridó onde eu e amigos de infância na época onde os invernos eram regulares, tomávamos banho, pescávamos piabinha e até bebíamos aquela água limpa, cristalina e meramente saudável. As populações cresceram e vieram as construções, as indústrias, os desmatamentos, a falta de saneamento, a ganância de um em detrimento de milhares, o resultado disso tudo é que minha Jardim é um pequeno exemplo das demais e dos grandes centros que cresceram desordenadamente, e o riacho é hoje apenas um canal onde passam os coliformes fecais sem destino adequado, ou seja: tem um destino, os mananciais que deveriam estar com suas águas puras como a necessidade que temos para sobrevivermos. Esse crescimento desordenado reflete também na vegetação e hoje já temos áreas no nosso Seridó tão querido desertas e cá prá nós, "O HOMEM está matando a nossa mãe natureza", com certeza ela não irá sozinha e nos levará com ela, prova disso é a irregularidade dos invernos principalmente no Nordeste onde a região do Seridó está sofrendo mais que todas. O professor da UFMG Heiringer Lisboa diz que a transposição não se sustenta em números, que o governo pretende usar toda a vazão do rio, pois que não se sustente em números, mas que a água venha garantir que na falta de chuvas, nós nordestinos tenhamos os reservatórios com água suficiente e mais próxima, onde os governos possam através de adutoras conduzi-la ao nosso encontro e necessidade, que ela venha e que seja utilizada nos privilégios da fruticultura, mas que venha. Entendo que as vezes é preciso não somente ter diplomas e ser um intelécto, é preciso sentir na pele o sofrimento do Povo do meu Nordeste para que as críticas não sejam de birô, andem todos os dias até três quilômetros a pé em busca de água para matar a sêde de sua família, aí as críticas e a história poderia ser outra. Cabe as forças políticas do Nordeste criarem uma barreira de proteção onde não exista espaço aos que querem interferir desfavoravelmente as nossas necessidades, principalmente aos que moram sob os auspícios das sombras das grandes florestas e dos grandes mananciais de água desse País. Pelo menos essa é minha opinião.
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