O cantor Wando morreu nesta quarta-feira, aos 66 anos, em decorrência de uma parada cardíaca, confirmou a assessoria do hospital Biocor. Ele estava internado desde o dia 27 de janeiro no hospital Biocor, em Nova Lima (MG).
Segundo o hospital, houve um súbito agravamento do estado de Wando por volta das 5h40. Ele morreu na presença da mulher, Renata Costa Lana e Souza.
Wando será velado no cemitério Bosque da Esperança, em Belo Horizonte, a partir das 17h. O enterro está previsto para amanhã, às 11h. Velório e enterro serão reservados a familiares e amigos do cantor.
O cardiologista Heberth Miotto afirmou em entrevista coletiva que Wando teve uma queda de pressão sanguínea às 5h40 e, uma hora depois, sofreu a parada cardíaca. Os médicos tentaram ressuscitá-lo, mas não tiveram sucesso.
Pela manhã, duas fãs foram ao hospital prestar homenagem ao cantor, mas nenhuma delas levava as famosas calcinhas que Wando gostava de colecionar.
INTERNAÇÃO
Segundo o hospital, o cantor procurou seu médico particular no dia 23 de janeiro, queixando-se de dores no peito e queimação do estômago. Wando realizou exames, que apresentaram "resultados preocupantes", e foi aconselhado pelo médico a procurar o hospital para mais exames.
No dia 27, um cateterismo (exame para diagnosticar obstrução de veias ou artérias) constatou entupimento de múltiplas artérias. Ao ser preparado para uma cirurgia de ponte de safena, Wando teve um infarto e foi submetido às pressas a uma angioplastia coronariana em três artérias importantes.
Na quinta-feira (2), Wando foi submetido a uma traqueostomia para, segundo sua assessoria, proteger as cordas vocais. No procedimento, um respirador foi conectado à traqueia do cantor para permitir a passagem de ar.
Na sexta-feira (3), os médicos que tratavam o cantor afirmaram que ele ainda enfrentava um considerável risco de morte, mas ressaltaram que esse risco vinha diminuindo gradualmente. Os médicos se declararam otimistas com a recuperação do cantor.
No domingo (5), o cantor mandou uma recado aos fãs pelo programa "Fantástico". "Eu estou na oficina de Deus arrumando a turbina. Me aguardem!", dizia a mensagem.
BIOGRAFIA
Mineiro de Cajuri, Wanderley Alves dos Reis nasceu em 2 de outubro de 1945. Ainda pequeno, mudou-se para Juiz de Fora, antes de partir para o Estado do Rio de Janeiro, onde construiu sua carreira.
Em Volta Redonda (RJ), Wando --apelido dado por sua avó-- trabalhou como motorista de caminhão e feirante. Naquela época, já se dedicava ao violão e tocava em grupos de bailes locais.
Em 1973, foi descoberto por Nilo Amaro. Com ele compôs "O Importante é Ser Fevereiro", canção gravada por Jair Rodrigues, que também deu voz a outra de suas canções, "Se Deus Quiser". Roberto Carlos, Ângela Maria e Originais do Samba também interpretaram letras de Wando.
No mesmo ano, lançou seu primeiro compacto, com a música "Maria, Mariá", e seu primeiro álbum, "Glória Deus No Céu e Samba na Terra".
Mas foi em 1974, com o disco "Moça", que conheceu o sucesso --vendeu 1,2 milhão de cópias. Ao lado da faixa título desse segundo trabalho, "Fogo e Paixão", do disco "O Mundo Romântico de Wando" (1988), está entre os maiores hits do cantor.
Wando fez do romantismo sua marca registrada. Símbolo da música brega brasileira, falava de amor, mulher e sexo em suas letras, e tornou-se conhecido por colecionar calcinhas de fãs.
Seu último disco de inéditas, "Romântico Brasileiro, Sem Vergonha", foi lançado em 2005.
A Folha Online
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