Somente em Natal, das 3.323 pessoas atendidas em 2004, 626 foram  a óbitos. Deste número, 336 foram do sexo masculino. A prevenção ainda é a  melhor caminho
Os números do  câncer no Rio Grande do Norte não são pequenos e crescem numa progressão  assustadora. O Serviço de Registro de Câncer da Liga Norte-Rio-Grandense Contra  o Câncer dá uma noção de como a doença se apresenta na população. De acordo com  a Coordenadora do Registro de Câncer da Liga, Adriana Cristina Bezerra, a cada  mês, mais de três mil pacientes são atendidos, entre os quais mais de 400 casos  novos são diagnostificados.
Os últimos dados registradas pelo serviço foi  no ano de 2004, quando 3.323 pessoas foram atendidas, dos quais 626 foram a  óbitos. Deste número, 336 foram do sexo masculino, atingindo 54% dos casos, e  290 do feminino, chegando a 44%.
A faixa etária dos pacientes que foram  acometidos pela doença, ainda em 2004, foi dos 60 a 64 anos, com uma incidência  de 86 mortes nessa idade, ou seja, 14% do total dos casos.
O número de  consultas supera os oito mil por ano. São mais de onze mil aplicações de  radioterapia e mais de dois mil ciclos de quimioterapia. A taxa de ocupação gira  em torno dos 73,8%.
Nos homens a doença vem como câncer de pele em 39,7%  dos casos. “Mas esse tipo de câncer não nos preocupa muito, porque é 100%  curável”, disse o médico oncologista e um dos diretores da  Liga-Norte-Riograndense Contra o Câncer, Aluísio Bezerra de Oliveira.
Em  seguida vem o câncer de próstata com 20,6%. Na mulher, por sua vez, o câncer de  mama é o mais comum com 21,7% dos casos, e em segundo lugar vem o câncer de  pele, com 23,1%.
De acordo com o médico Aluisio Oliveira, hoje em dia o  câncer pode ser considerada uma doença curável, desde que diagnosticada a tempo.  “Atualmente, com o avanço da medicina, 80% dos cânceres são curados, para isso  devem ser diagnosticados e os pacientes medicados em tempo”, explica o  oncologista.
O médico alertou que os homens a partir dos 45 anos de idade  devem fazer exame de PCA anualmente. “Esse exame não detecta a doença, mas dá um  indicativo, pois é feito um toque retal e conforme for o caso o paciente deve  procurar um urologista. Se o homem tiver casos de câncer de prostáta na família,  então o primeiro exame de PCA deve ser feito aos 40 anos”, informou o  médico.
No caso da mulher, a partir dos 25 anos a paciente deve fazer o  alto exame mensal de mama, sempre nos quatro dias após a menstrução e caso seja  detectado “algo diferente” no seio, o certo é fazer uma ultrasonografia e em  seguida procurar um mastologista. “Não é aconselhável uma mulher de 25 anos  fazer mamografia. Esse exame só deve ser feito a partir dos 35 anos”, aconselha  o médico. Aluizio lembra que as mulheres que têm casos de câncer de mama na  família também devem iniciar os exames bem antes.
A Liga  Norte-Rio-Grandense funciona em três unidades, no Hospital Luís Antônio, no  Cecan e na Policlínica. Cerca de 95% dos atendimentos feitos pela Liga são de  pacientes vindos do Sistema Único de Saúde (SUS).