22 outubro 2007

PRIMEIRO TRANSPLANTE HEPÁTICO FEITO NO RN SUPEROU EXPECTATIVA DOS MÉDICOS.

Um procedimento médico considerado exaustivo, mas que superou a expectativa dos médicos por causa dos ótimos resultados. É assim que o cirurgião gastro-intestinal e hepático, Antônio Medeiros Dantas, resumiu, na manhã de hoje, o sucesso do primeiro transplante de fígado realizado no Estado, no Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol), cuja protagonista foi uma mulher de 52 anos de idade.
Terezinha Duarte Trindade, de acordo com o especialista, foi submetida à cirurgia na última sexta-feira. O procedimento durou cerca de 12 horas, mas nesta quarta-feira o estado clínico da paciente foi classificado como "excelente". O pós-operatório de Terezinha pode resultar no recebimento antecipado de alta da UTI, prevista inicialmente para acontecer em oito dias. "Mas acreditamos que ela pode ir para o apartamento de hoje para amanhã", antecipa e comemora o responsável pelo procedimento, ao lado de uma equipe de 15 profissionais, entre médicos, enfermeiros e assistentes.
Segundo o especialista, que também é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Terezinha Duarte sofria de uma cirrose hepática agravada por um câncer, mas já vinha sendo acompanhada há pouco mais de um ano, quando a equipe constatou que a melhor saída para o caso seria mesmo o transplante. A paciente, de acordo com Antônio Medeiros, ficou apenas 15 dias na lista de espera po rum órgão. "Ela teve uma certa prioridade por causa do estado clínico em que se encontrava. É o que determina a lei", explica ao ressaltar que a paciente será autorizada a receber visitas quando for transferida para o apartamento.
No mesmo dia, o Huol realizou um procedimento chamado transplante triplo. Além do fígado, dois rins foram transplantados e uma córnea também foi doada. "No caso dela, o doador foi um jovem de 29 anos que faleceu por morte violenta, mas não temos como precisar a causa. As primeiras informações tratam de um traumatismo craniano", explica Antônio Medeiros, ao ressaltar que o transplante pode ser considerado como a melhor alternativa e terapia para se alcançar a cura de um câncer de fígado, como o caso de Terezinha Duarte. Segundo Antônio Medeiros, o transplante de fígado só demorou a acontecer no Estado por causa da complexidade do procedimento, já que se faz necessário um treinamento de três anos de todos os envolvidos na cirurgia. O credenciamento do Ministério da Saúde, que autorizou o procedimento, só foi dado em maio deste ano, após uma vistoria de auditores federais.
Fonte: Jornal de Hoje

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