20 novembro 2007

FUNCIONÁRIOS ESTADUAIS DA SAÚDE PODEM PARALISAR ATIVIDADES ÀS VÉSPERAS DO CARNATAL

Os funcionários da saúde do Estado realizaram nesta terça uma manifestação em frente ao gabinete do Secretário Adelmaro Cavalcanti, em busca da resolução de diversas reinvidicações da classe. A movimentação foi seguida de uma tentativa de acordo junto ao secretário e uma assembléia para debater um possível acordo e as ações do sindicato. O atraso nos pagamentos e a implantação de políticas, que segundo o SINDSAÚDE, prejudicam diretamente aos servidores e a população, motivaram a paralisação.
Na manifestação, que teve início às 9h da manhã, o sindicato recolheu assinaturas para um abaixo assinado contra o fechamento da enfermaria pediátrica do Hospital Walfredo Gurgel. O Governo do Estado pretende fechar a enfermaria uma vez que os pacientes desta área do hospital não fazerem parte do atendimento de urgência para o qual o HWG foi feito. Dessa forma a enfermaria pediátrica seria transferida para o Hospital Maria Alice Fernandes, além de contar com o apoio logísticos dos demais hospitais da rede, desafogando o fluxo de atendimentos do Walfredo. Segundo a direção do SINDSAÚDE, esta solução não funcionaria por causa da falta de estrutura dos demais hospitais estaduais, os quais não têm como realizar o mesmo atendimento que o HWG realiza hoje. Dessa forma os pacientes ficariam sem atendimento adequado.
Os servidores também estão cobrando salários atrasados dos meses de setembro a novembro de 2006 e de plantões eventuais realizados este ano. Segundo a diretora do SINDSAÚDE Sonia Godeiro, em uma reunião realizada em junho passado o secretário se comprometeu em encontrar uma solução para o problema junto à Governadora, no entanto nada foi resolvido até o momento. A secretaria informou aos servidores que o Estado não possui verba suficiente para suprir estas necessidades salariais, mas o SINDSAÚDE discorda. ``Acreditamos que o Governo tem o dinheiro. Para propaganda e shows de inauguração da ponte a Governadora investiu 1 milhão e meio de reais'', afirma Godeiro.
O fato do Governo também estar realizando cortes nas gratificações por insalubridade dos servidores, pode gerar uma situação de greve parcial para o atendimento de saúde do Estado. Segundo Godeiro a paralisação poderá ocorrer entre a quarta-feira e sexta-feira da próxima semana, dependendo das negociações entre o sindicato e o Governo do Estado. Uma possível paralisação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que cobra separadamente salários atrasados junto ao Estado, pode acontecer simultaneamente à paralisação dos demais servidores da saúde. A diretora do SINDSAÚDE nega que exista uma articulação com as equipes do SAMU, mas concorda que as ações das duas classes podem fortalecer ambos os movimentos.
Os profissionais da saúde prometem que caso as questões levantadas não sejam resolvidas a paralisação poderá chegar até mesmo ao período de Carnatal, causando sérios transtornos para o atendimento público da cidade. Segundo a diretora do sindicato, o valor devido pelo Estado chega a cerca de 2 milhões de reais, os quais poderiam ser negociados com a Secretaria para serem pagos em parcelas de até três vezes.
Fonte: Dn online

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