Por: Eliana Lima
O jurista Paulo de Tarso Fernandes era chamado de super-secretário, quando comandou o Gabinete Civil do Governo Rosa(do). Pessoa da mais irrestrita confiança da governadora Rosalba Ciarlini e dos primeiro-cavalheiro-ravengar Carlos Augusto Rosado.
Era para ser o cérebro do governo.
Era, mas divergências e decisões à revelia resultaram no seu pedido de demissão, o que gerou polêmica, declarações ácidas e especulações.
Diante do controverso decreto do governo, que está sendo chamado de AI-5 Rosado, que proíbe manifestações na área externa do Centro Administrativo e o acesso de não-funcionários a partir das 18h, a coluna do blog tocou o telefone para Paulo de Tarso. Falou com exclusividade.
Ele aceitou falar sobre a decisão e foi de pronto enfático: – “É um desatino político”.
Desatino, segundo o dicionário Caldas Aulete: Falta de tino, de equilíbrio, de juízo.
PTF disse que antes de se discutir aspectos constitucionais, jurídicos, “o autoritarismo levará o governo ao descrédito”.
Ou seja: como o direito de livre manifestação para fins pacíficos não pode ser impedido, haverá ‘desobediência’ ao decreto e, assim, o governo será desmoralizado politicamente.
Lembrou que quando era questionado sobre “certas medidas”, alertava que aquela é uma área pública, onde qualquer pessoa pode transitar. Revelou que a governadora Rosalba nunca reclamou do “barulho” das manifestações. Foram vários protestos desde o início do governo, até com acampamentos.
Aconselhou: – “A única postura que o governo deve tomar agora é revogar o decreto”.
Paulo de Tarso levantou cenários improváveis: – “Imaginem se vão impedir manifestações em frente ao Congresso Nacional, em frente á Praça 7 de Setembro (onde ficam a Assembléia Legislativa do RN, o Palácio da Cultura (antiga sede do governo), o Tribunal de Justiça)? Não há como fazer. São espaços públicos, e o Centro Administrativo é uma praça pública”.
Sobrevoando a Secretaria de Segurança Pública, a Vespinha-Astuciosa captou que o sistema não foi ouvido sobre o polêmico decreto. Até o secretário Aldair Rocha foi pego de surpresa.
De um experiente, ouviu: – “Será que os órgãos de segurança não têm sequer condições de dar um parecer acerca do assunto?”.
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