28 dezembro 2011

PRESIDENTE ARGENTINA RETOMA TRABALHO APÓS DIAGNÓSTICO DE CÂNCER

Notícia sobre a doença abalou Argentina e desencadeou um amplo movimento de apoio - Enrique Garcia/Reuters

REUTERS
BUENOS AIRES - A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, se reunirá nesta quarta-feira, 28, com governadores e militares, no que deverá ser sua primeira aparição pública depois da divulgação de seu câncer na tireóide e de que será operada na próxima semana, com prognóstico de rápida recuperação.


Enrique Garcia/Reuters
Notícia sobre a doença abalou Argentina e desencadeou um amplo movimento de apoio
A notícia sobre a doença, divulgada na noite de terça-feira, abalou a Argentina e desencadeou um amplo movimento de apoio a Cristina, a mais recente líder latino-americana com câncer.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, teve o diagnóstico este ano e o do Paraguai, Fernando Lugo, em 2010. A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foram diagnosticados com a doença, mas em momentos nos quais não ocupavam o cargo.

O anúncio oficial sobre a enfermidade de Cristina ocorre poucos dias depois de ela assumir o segundo mandato consecutivo - em 10 de dezembro -, após vitória esmagadora na eleição de outubro, e pouco mais de um ano depois da morte de seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, falecido em outubro de 2010.

Na reunião com governadores programada para a manhã desta quarta-feira se prevê que Cristina anuncie a ampliação de um programa de refinanciamento de dívidas das províncias. Depois, ela comandará uma cerimônia de promoção de oficiais das Forças Armadas.

Os médicos estão muito otimistas sobre a recuperação da presidente porque, segundo explicaram, esse é o tipo de câncer com mais possibilidades de cura.

"De 90 a 98 por cento dos afetados ficam curados", disse o oncologista Júlio Moreno a uma rádio local.

O porta-voz da Presidência, Alfredo Scoccimarro, informou ter sido constatada a "ausência de comprometimento nos gânglios linfáticos e a inexistência de metástase" e acrescentou que o câncer foi detectado em 22 de dezembro, durante a realização de "exames médicos rotineiros de controle".

Cristina, de 58 anos, vai tirar uma licença de 20 dias a partir de 4 de janeiro, data da cirurgia. Nesse período o cargo será ocupado pelo vice-presidente, Amado Boudou.

O marido de Cristina, seu antecessor na Presidência, morreu em decorrência de problemas cardíacos.

Ela conquistou popularidade com políticas pró-consumo que estimulam o crescimento do país e amplos programas de ajuda social. No entanto, a dinâmica economia argentina enfrenta um panorama de desaceleração e nas últimas semanas o governo tem sido alvo de duros protestos de sindicalistas.

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