18 maio 2008

EM TEMPOS DE DENGUE SEMPRE É BOM ADVERTIR.

Tenho feito algumas matérias em relação a dengue, como também fiz alguns comentários sobre o assunto enquanto técnico, com conhecimento de causa. Em um dos meus comentários, eu lembro que fui radical quando disse que, ou a roda grande entra na pequena, ou não acabaremos com dengue em canto nenhum do mundo.
Olha, o que tem de gente nesse país querendo vender idéias, produtos etc, para acabar com a dengue, não é fácil, ainda bem que o Ministério da Saúde dispõe no seu quadro de excelentes técnicos e com os pés no chão, porque senão poderíamos correr riscos de gastos desnecessários, intoxicação a população entre outros.
Devemos pois, entender, que o vetor ( mosquito ) ao longo dos anos vem apresentando mudanças de resistências tanto em sua fase larvária, quanto em sua fase adulta aos bio-larvicidas, aos inseticidas, e isso é esperado no momento em que todo ser vivo quando ameaçado, busca criar seu próprio mecanismo de defesa. Não sou contrário aos estudiosos, ou ações que possam advir em defesa da população e no controle das pragas, mas tem coisas que tenho de contestar enquanto técnico e por saber exatamente como poderemos acabar dengue em nosso país.
Hoje vejo uma manchete de jornal que diz: “COMPUTADOR VAI AJUDAR NO COMBATE A DENGUE”, e com todo respeito a UFRN e a seus técnicos e estudiosos, mas não vejo essa possibilidade como algo de novo, pois segundo a matéria trata-se de um programa que irá prever os riscos de epidemia de Dengue a partir das variações climáticas.
Ora, eu reconheço que sou seridoense, mas não vou ser nunca um jeca! Se sabemos a fase biológica do mosquito, se sabemos o que facilita e propicia a sua reprodução com maior ou menor intensidade e aí entra a questão do ambiente, de temperatura, de claridade e exposição ao sol, condição da água, como sabemos também que principalmente aqui no Nordeste, os índices aumentam na estação chuvosa principalmente pela oferta de depósitos com água nos imóveis principalmente de periferias. Tenho também a consciência que se eu for um coordenador atento a organização do trabalho e trabalhar com dados sabendo fazer avaliações periódicas através principalmente dos números e gráficos, eu vou está sempre sabendo desenvolver estratégias e ações para prevenir epidemias nos períodos próprios dos agravamentos. É preciso também saber, que quem dispõe de mapeamento georeferencial e eu ainda não tenho, tem sobre seu controle as áreas de maior infestação, áreas de maior incidência da doença, etc, etc, etc.
Vejo em outro jornal, matéria que fala da reunião que define estratégias para alertar a população em relação ao dia “D” de combate a Dengue. Caicó já está articulando o comitê de Assessoramento e acompanhamento no trabalho de Dengue que o Município vem realizando, está montando toda uma programação junto a Educação, instituições e sociedade organizada para o dia “D”, nada contra,mas não é isso que vai diminuir ou acabar com dengue, mobilizar uma sociedade onde sua maioria é dez aculturada, vive em profundo estado de miserabilidade, não será solução, mas entendo que tudo que for realizado, é de profunda importância no combate ao vetor.
É preciso colocar para a opinião pública, que Caicó faz o dia “D” todos os meses do ano, porque é assim que deve ser, porque entendemos que a população deve está lembrada das suas obrigações todos os dias, a mídia deve está envolvida nessa parceria todos os dias, as instituições também, a sociedade toda também e temos que buscar sempre as parcerias, montar novas estratégias junto a comunidade, porque somente com a informação educativa e cooparticipativa, é que poderemos pensar nesses próximos dois ou três anos, trazer os atuais índices que são altos, par uma situação que possa ter o nosso controle em níveis de País, Estados e Municípios.
É pensamento nosso enquanto coordenador de Caicó, sensibilizar nossos gestores a realizarem medidas preventivas efetivas como: construção de tampas de caixa d’água, reduzir o número de potes em residências por um só depósito com tampas rosqueadas, visitar as praças de moto taxistas realizando um trabalho educativo onde todos adotem sua própria casa, com os mesmos objetivos,deveremos buscar o apoio das corporações, fábricas, clubes de serviços religiosos como já fizemos etc.
Quero dizer com isso, das experiências que tenho ao longo de toda uma vida de trabalho acompanhando de perto as ações realizadas no Brasil. Quero dizer como já disse, que tem muita gente querendo criar fórmulas imaginárias para acabar com Dengue nesse país e que mais uma vez só conheço uma receita:
ESTRATÉGIAS DE AÇÕES EDUCATIVAS PERMANENTES COM APOIO DE GESTÃO, MEDIDAS EFETIVAS PERMANENTES DE SANEAMENTO PARA ELIMINAÇÃO DE CRIADOUROS E PREPARAR AS CRIANÇAS E ADOLECENTES NA CONCIENTIZAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES QUE DEVERÃO TER NA PREVENÇÃO DENTRO DO LAR.
Se não dessa forma, a outra seria a roda grande dentro da pequena, ou seja: pela força da lei. Ou eu combato dengue dentro de minha casa, ou serei responsabilizado na forma da lei, afinal de contas tudo em nome da saúde e da vida. Minha opinião de seridoense que não é jeca.

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