Depois de um ano e oito meses de tratamento para combater um câncer pulmonar, a atriz Mara Manzan morreu nesta sexta, no Rio, aos 57 anos. Ela estava internada havia uma semana no Hospital Rios D’Or. Seu estado era tão grave que, ao ser hospitalizada, Mara deu entrada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), onde permaneceu todo o tempo. Em abril de 2008, ela havia sido operada para a retirada de um nódulo; nos meses seguintes, foi submetida a sessões de quimioterapia.
A atriz, conhecida pelo bom humor, sempre teve um discurso otimista com relação à doença. Os amigos se manifestaram ontem lembrando de sua irreverência. "Ela sempre tinha aquela gargalhada", disse Zeca Pagodinho. Pelo Twitter, o ator Luigi Barricelli comentou sua atitude positiva: "Um dia triste que eterniza uma atriz, amiga e uma mulher de fibra, que levou bravamente o seu glorioso ato de viver até o fim."
"Perdemos a Mara Manzan. A alegria em pessoa, o amor à vida em pessoa!", escreveu a novelista Glória Perez também no Twitter. Foi por meio das novelas de Glória que Mara se tornou conhecida em todo o País. Em O Clone (2001), o bordão de seu personagem, Dona Odete, caiu na boca dos telespectadores: "Cada mergulho é um flash".
Mara, em cena da novela Duas Caras, da Rede Globo. Foto: Divulgação
Ela participou de Caminho das Índias mesmo durante o ciclo da quimioterapia. Era Ashima, do núcleo indiano no Rio. O tratamento a obrigou a deixar as gravações por algumas semanas, mas a vontade de trabalhar falou mais alto.
Com quatro meses de tratamento, Mara estava tão confiante que se sentia curada. Até voltou a fazer ginástica: "Posso dizer que Deus me curou mesmo. Sou testemunha de um milagre. Ainda faço a quimioterapia a cada 21 dias, mas a medicina ortomolecular me deu uma levantada", chegou a declarar. O nascimento de sua terceira neta também a havia deixado animada.
No último texto que escreveu em seu blog na internet, no dia 5 de outubro, disse: "Estou novamente num momento muito feliz da minha vida. Graças a Deus, estou me sentindo cada dia melhor, cheia de vontade de trabalhar. Hoje eu li uma frase do querido Neguinho da Beija-Flor (que também teve câncer) que vale pra todos nós: ‘Só de a gente ter direito à vida é o suficiente pra viver sorrindo’. Hoje, eu posso dizer que valorizo muito mais a vida. Quero morrer bem velhinha, se possível ver meus netos grandes. Quem sabe ser uma bisa bem animada, sempre trabalhando e trazendo alegria no coração pros meus queridos fãs, que estiveram todo o tempo do meu lado, me dando força e me ajudando sempre a confiar."
Mara já tinha enfrentado um câncer no útero. Ela fumava desde a adolescência, mas creditava a doença não só ao cigarro, mas também à atividade circense – ela cuspia fogo e, para isso, precisava colocar querosene na boca.
Foi uma fase hippie em sua vida. Ela chegou a morar com os músicos dos Mutantes, num sítio na Serra da Cantareira, nos anos 70. Era uma espécie de comunidade alternativa. Mara trabalhou como animadora no carnaval do Ceará.
A atriz era paulistana e começou a carreira bem jovem, no Teatro Oficina. Na época, era estudante e ficou encantada ao assistir a uma peça do grupo. Passou a ajudar nos bastidores até estrear como atriz, em substituição a uma das integrantes do Oficina, que se machucara (Mara costumava lembrar que, naquela noite, fora tirada da bilheteria para o palco).
Já profissional, participou de mais de 30 montagens teatrais, quatro filmes e dez novelas da TV Globo. Piadista, tinha muitos amigos entre os colegas. Para eles, sua marca maior sempre foi a alegria contagiante.
A atriz, conhecida pelo bom humor, sempre teve um discurso otimista com relação à doença. Os amigos se manifestaram ontem lembrando de sua irreverência. "Ela sempre tinha aquela gargalhada", disse Zeca Pagodinho. Pelo Twitter, o ator Luigi Barricelli comentou sua atitude positiva: "Um dia triste que eterniza uma atriz, amiga e uma mulher de fibra, que levou bravamente o seu glorioso ato de viver até o fim."
"Perdemos a Mara Manzan. A alegria em pessoa, o amor à vida em pessoa!", escreveu a novelista Glória Perez também no Twitter. Foi por meio das novelas de Glória que Mara se tornou conhecida em todo o País. Em O Clone (2001), o bordão de seu personagem, Dona Odete, caiu na boca dos telespectadores: "Cada mergulho é um flash".
Mara, em cena da novela Duas Caras, da Rede Globo. Foto: Divulgação
Ela participou de Caminho das Índias mesmo durante o ciclo da quimioterapia. Era Ashima, do núcleo indiano no Rio. O tratamento a obrigou a deixar as gravações por algumas semanas, mas a vontade de trabalhar falou mais alto.
Com quatro meses de tratamento, Mara estava tão confiante que se sentia curada. Até voltou a fazer ginástica: "Posso dizer que Deus me curou mesmo. Sou testemunha de um milagre. Ainda faço a quimioterapia a cada 21 dias, mas a medicina ortomolecular me deu uma levantada", chegou a declarar. O nascimento de sua terceira neta também a havia deixado animada.
No último texto que escreveu em seu blog na internet, no dia 5 de outubro, disse: "Estou novamente num momento muito feliz da minha vida. Graças a Deus, estou me sentindo cada dia melhor, cheia de vontade de trabalhar. Hoje eu li uma frase do querido Neguinho da Beija-Flor (que também teve câncer) que vale pra todos nós: ‘Só de a gente ter direito à vida é o suficiente pra viver sorrindo’. Hoje, eu posso dizer que valorizo muito mais a vida. Quero morrer bem velhinha, se possível ver meus netos grandes. Quem sabe ser uma bisa bem animada, sempre trabalhando e trazendo alegria no coração pros meus queridos fãs, que estiveram todo o tempo do meu lado, me dando força e me ajudando sempre a confiar."
Mara já tinha enfrentado um câncer no útero. Ela fumava desde a adolescência, mas creditava a doença não só ao cigarro, mas também à atividade circense – ela cuspia fogo e, para isso, precisava colocar querosene na boca.
Foi uma fase hippie em sua vida. Ela chegou a morar com os músicos dos Mutantes, num sítio na Serra da Cantareira, nos anos 70. Era uma espécie de comunidade alternativa. Mara trabalhou como animadora no carnaval do Ceará.
A atriz era paulistana e começou a carreira bem jovem, no Teatro Oficina. Na época, era estudante e ficou encantada ao assistir a uma peça do grupo. Passou a ajudar nos bastidores até estrear como atriz, em substituição a uma das integrantes do Oficina, que se machucara (Mara costumava lembrar que, naquela noite, fora tirada da bilheteria para o palco).
Já profissional, participou de mais de 30 montagens teatrais, quatro filmes e dez novelas da TV Globo. Piadista, tinha muitos amigos entre os colegas. Para eles, sua marca maior sempre foi a alegria contagiante.
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