16 março 2010

POLÍCIA INVESTIGA ENVOLVIMENTO DE ADRIANO COM TRAFICANTE

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro requisitou a instauração de inquérito policial junto à Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) para apurar a compra de duas motos por Adriano. Uma delas teria sido registrada em nome da mãe de um traficante que controla a Favela da Chatuba, na Penha, onde cresceu o jogador.
Segundo o delegado titular da 22ª DP (localizada na Penha, na zona norte do Rio), Jader Amaral, o atacante do Flamengo e da seleção brasileira será intimado a dar esclarecimentos sobre o caso. "A princípio, comprar uma moto e dar para alguém não constitui crime. Mas ele vai ser chamado para dar esclarecimentos. Por que ele comprou essas motos, quantas foram exatamente e por que ele deu para tal pessoa?", disse o delegado, sem estipular uma data para que Adriano seja chamado a depor.
Ainda de acordo com o delegado, é muito cedo para dizer se Adriano pode ser indiciado por associação ao tráfico. Mas ele não se furtou em lembrar o episódio de outra celebridade que foi condenada pela prática. "Temos muito pouco para afirmar qualquer coisa, mas teve o caso do (cantor) Belo, que foi indiciado por associação ao tráfico. É um exemplo", apontou Jader Amaral, que disse ainda que existem diversos inquéritos sobre o tráfico de drogas nas favelas do bairro da Penha, mas nenhum deles, atualmente, envolve o nome do jogador do Flamengo.
A investigação foi motivada por uma reportagem do jornal O Dia que aponta a compra, em julho de 2008 (época em que o atacante defendia o São Paulo), de duas motos Hornet 600 nos valores de R$ 35 mil e R$ 37 mil em nome de Adriano. Uma delas, a de menor valor, foi registrada em nome de Marlene Pereira de Souza, então com 64 anos, mãe do traficante Paulo Rogério de Souza Paz, o Mica, que controla o tráfico nas favelas da Fé, Chatuba, Caracol e Sereno, todas na Penha.
A compra foi feita por uma terceira pessoa, supostamente um antigo amigo de Adriano, chamado Marcos, que utilizou o cartão de crédito do jogador. Funcionários da loja, posteriormente, foram à casa do atacante para colher sua assinatura na fatura.
O promotor de Justiça titular da 17.ª Promotoria de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, Alexandre Murilo Graça, considera que "gravíssimos fatos são relatados" na reportagem do jornal. "Precisamos saber com que intuito ele repassou essa moto. Vamos ouvir também os funcionários da loja para averiguar o caso", adiantou o delegado Jader Amaral.

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