11 dezembro 2007

INCA ESTIMA QUE SURGIRÃO 49,5 MIL NOVOS CASOS DE CÂNCER DE PRÓSTATA EM 2008

Cerca de 49,5 mil novos casos de câncer de próstata deverão ser diagnosticados no ano que vem. As estimativas foram divulgadas esta semana, durante o 2º Congresso Internacional de Controle do Câncer, promovido pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro. O câncer de próstata continua sendo o tipo de maior incidência entre os homens, principalmente acima de 65 anos. Os números correspondem a um risco estimado de 52 novos casos a cada 100 mil homens. Sem considerar os tumores de pele não-melanoma, o câncer de próstata é o mais freqüente em todas as regiões do país.
De acordo com o diretor-geral do Inca, Luiz Antônio Fantini, os dados estão dentro da variação esperada. Com o envelhecimento da população, destaca, a tendência é a maior ocorrência de casos, uma vez que é considerada uma doença da terceira idade. A boa notícia é que a mortalidade é relativamente baixa, devido à possibilidade de diagnósticos precoces. “Não temos como evitar o câncer, mas temos como curá-lo, se for diagnosticado na fase inicial”, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia – Regional Minas Gerais, Luiz Otávio Torres. Segundo ele, a melhor prevenção continua sendo os exames de rotina – a dosagem de uma proteína do sangue (PSA) e toque retal –, que devem ser feitos anualmente, a partir dos 45 anos.
A dieta tem sido apontada, em alguns estudos, como fator importante na causa ou prevenção desse câncer. Os alimentos vilões são a gordura animal, a carne vermelha e o cálcio. Já uma dieta rica em vegetais, selênio (carnes, peixes e grãos), vitaminas D (luz solar) e E (ervilhas, feijão e pão), licopeno (tomates, mamão, beterraba, melancia) e ômega-3 (peixes, castanhas e nozes), tem sido indicada de forma preventiva. “A alimentação, a nutrição e o câncer têm uma relação extremamente estreita em qualquer etapa da doença: na proteção, na produção e durante o tratamento”, afirma Luiz Antônio.
Um estudo recente do The Journal of Nutrition, publicação científica norte-americana, indica que o consumo de proteína isolada de soja é benéfico para homens com alto risco de progressão do câncer de próstata. Os primeiros testes foram feitos com ratos e, agora, é a primeira vez que estão sendo aplicados em seres humanos, também com resultados positivos, embora ainda não conclusivos. Cinqüenta e oito homens com risco de desenvolver a doença ou já acometidos por ela participaram da pesquisa. Eles foram divididos em três grupos e cada um deles ingeriu, por seis meses, três tipos de proteínas, respectivamente: proteína isolada de soja rica em isoflavona (substância que ajuda na eliminação de estrógeno metabólico na urina de homens com alto risco de desenvolver câncer de próstata), proteína isolada de soja com baixo nível de isoflavona e proteína do leite.
Embora não seja um estudo que apresente dados quantitativos com relação à redução da incidência de câncer de próstata, Daniel Magnoni, nutrólogo e cardiologista do Instituto de Metabolismo e Nutrição (Imen), explica que a dieta não é o único aspecto que interfere, “mas que a pesquisa indica o tamanho de sua importância. O estudo não é conclusivo, capaz de garantir que a soja evite a doença, mas indica que ela deixa a próstata menos vulnerável ao câncer”.

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