02 fevereiro 2010

GAYS BRITÂNICOS VÃO PROTESTAR CONTRA O PAPA

Grupos seculares e que defendem os direitos dos homossexuais condenaram as declarações do papa Bento XVI em relação às leis britânicas e anunciaram a realização de protestos durante a visita do Pontífice à Grã-Bretanha, que deverá ocorrer no segundo semestre do ano.
Ao receber bispos católicos da Inglaterra e do País de Gales no Vaticano, o Pontífice afirmou ontem que regras a favor da igualdade contrariam a lei natural, em referência indireta à Equality Bill, legislação que está atualmente em discussão no Parlamento britânico e que pretende introduzir juridicamente direitos de igualdade a gays e lésbicas e condenar a discriminação em questões trabalhistas.
De acordo com Bento XVI, as normas a favor da igualdade batem de frente com o catolicismo ao "impor injustas limitações à liberdade da comunidade religiosa de agir de acordo com sua fé".
Segundo a imprensa britânica, a Sociedade Secular Nacional (NSS, na sigla em inglês) informou que tentaria mobilizar manifestações que incluíssem secularistas, feministas, grupos gays, vítimas de abuso sexual de religiosos, organizações de planejamento familiar, entidades a favor do aborto e "qualquer um que sinta sob o certo da militância atual do Vaticano".
A NSS também criticou a estimativa de que a visita do papa à Grã-Bretanha implicaria em custos na ordem de 20 milhões de libras esterlinas aos bolsos do contribuinte. - Uma visita na qual, ele já indicou, atacará os direitos de igualdade e promoverá a discriminação - argumentou Terry Sanderson, presidente da entidade.
O ativista pelos direitos dos homossexuais Peter Tatchell comunicou que seu grupo OutRage! também vai protestar quando Bento XVI estiver na ilha. - As críticas do papa de que a legislação britânica de igualdade 'viola a lei natural' são um ataque codificado aos direitos legais garantidos a mulheres e a pessoas gays - afirmou.
- Sua mal informada reivindicação de que nossas leis de igualdade minam a liberdade religiosa sugere que ele apoia o direito das igrejas de discriminar em concordância com seu ethos religioso - continuou Tatchell.
- Ele parece estar defendendo a discriminação de instituições religiosas e solicitando que elas deveriam estar acima da lei - acrescentou o ativista.
O governo britânico, no entanto, considera que a lei fará do Reino Unido uma nação mais justa.

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