10 março 2008

SEMINÁRIO DISCUTIRÁ POLÍTICA DE DOAÇÃO DE ÓRGÃOS PARA O RN

Discutir e sensibilizar gestores e demais profissionais de saúde que lidam com transplantes. Esta é a meta do 1º Seminário Estadual de Implementação da Política de Transplante de Órgãos no Rio Grande do Norte, que acontece de 10 a 13 deste mês, no Hotel Praiamar, em Ponta Negra.
Realizado em parceria com o Ministério da Saúde (MS), Governo do Estado, Secretaria Estadual da Saúde Pública (Sesap), Associação Brasileira de Transplantes e Central de Transplantes de Órgãos do RN, o seminário contará com autoridades de renome como o coordenador do Sistema Nacional de Transplantes do MS, Abraão Salomão.
"Para que essa política seja implementada de forma mais contundente é preciso que gestores, técnicos e as comissões intra-hospitalares se envolvam mais", é o que afirma a coordenadora da Central de Transplantes do RN, Francinete Guerra. Ela destaca que "somente através da capacitação, informação e educação, será possível alcançar melhores resultados". A coordenadora se refere a fila de 1,1 mil pacientes que aguardam um transplante
No Rio Grande do Norte, as listas de rins e córneas lideram as expectativas daqueles que tem na possibilidade de um transplante, a continuidade da vida. Dos 158 procedimentos realizados em 2006, apenas dois a mais foram computados no ano passado. A boa notícia, no entanto, é o aumento do número de cirurgias para córneas. Há dois anos, 120 pacientes foram atendidos. Em 2007, esse dado subiu para 136.
A atual situação do Rio Grande do Norte em número de procedimentos de transplantes é considerada privilegiada em relação a outros estados da região Norte e Nordeste. Em 2005, o estado alcançou o 2º lugar entre os estados do Nordeste, com mais transplantes realizados em rins. Apesar de haver caído para a 4ª posição em 2006, o RN ainda ultrapassa, em número de procedimentos, estados dessas duas regiões.
O secretário estadual da Saúde Pública, Adelmaro Cavalcanti Cunha Júnior, atribui a falta de informação como uma das principais causas da negativa familiar. "Existe muitos mitos sobre todo o processo de captação de órgãos. É preciso esclarecer que a doação só traz benefícios para todos os envolvidos. Por isso este Seminário é tão importante". Adelmaro acrescenta que os quatro dias de discussão serão focados na abordagem e na qualidade da informação repassada as famílias.
De acordo com a Portaria n.º 1.552 do MS, de setembro de 2005, todos os hospitais com mais de 80 leitos devem possuir uma Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos Para Transplantes. É de responsabilidade destas equipes a identificação de possíveis doadores. "Por isso é importante que os gestores tenham muita atenção ao escolher os profissionais que farão parte destas comissões", afirma Adelmaro Cavalcanti.

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