27 março 2010

QUEDA DE BRAÇO ENTRE PLANO DE SAÚDE E MÉDICOS CAUSAM TRANSTORNOS

O impasse entre os planos privados de saúde e os pediatras, que ainda não chegaram a um acordo quanto ao valor do pro labore a ser pago por uma consulta, está trazendo transtornos aos pais que estão sem poder consultar os filhos por conta do pedido de descredenciamento de pelo menos 70 médicos.As negociações dos pediatras com os chamados convênios de saúde começaram em agosto de 2009. Em dezembro do mesmo ano a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Norte (Sopern) mandou as cartas oficializando o desligamento dos profissionais a ela filiados, dando um prazo de 60 dias, conforme a legislação em vigor, para que os planos de saúde dessem uma resposta à instituição.Membro do Comitê Social da Sopern, a pediatra Ana Cristina Santiago Vale, disse que de acordo com o estabelecido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) o valor do pro labore de um pediatra é de R$ 112,00.Mas, segundo ela, por entender que as condições econômicas das famílias norte-riograndenses são diferentes de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, onde os pediatras estão cobrando por consulta particular, no caso daqui do Estado, a reivindicação é fechar acordos na faixa de R$ 80,00, como ocorreu com os convênios da Petrobras. Além disso, só houve acordos até agora com a Unimed e a Smile.Além disso, Ana Cristina disse que está orientando suas clientes, que pagaram pela consulta particular, a procurarem o Procon para serem ressarcidas do pagamento, como determina a lei: “Estou dando recibo das consultas”.A pediatra Elione Guedes Raniero preocupa-se com o fato de que muitos pais estão sendo orientados a procurarem os pronto-socorros infantis, onde o atendimento é diferenciado para uma criança que já tem um acompanhamento e um vínculo com seu pediatra. “No pronto-socorro passa-se um medicamento para uma dor de acordo com o sintoma, mas o paciente é encaminhado para o pediatra descobrir as causas da doença”, exemplificou ela.A dona de casa e mãe de uma criança de um ano e oito meses, Jevannys Pinheiro disse que há mês está sem consultá-la. “Tentei marcar a consulta e não consegui, disseram na Medmais que tinham dois pediatras para 20 de abril”, disse ela, que resolveu mudar de plano de saúde, para aproveitar a “portabilidade”, criada com o fim do prazo de carência para quem muda de convênio. “Já procurei a Unimed, que foi um plano que atendeu a todas as reivindicações do médicos”, disse ela, que não quer trocar de pediatra para a sua criança.Ela disse que vai procurar outro plano de saúde depois da Semana Santa: “Mas, realmente, estou preocupada, porque a gente pode precisar de uma coisa de urgência e pode não ser atendida”.
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