DE CURITIBA
Um empresário suspeito de fraudar bombas de combustível em postos de Curitiba teve a prisão temporária decretada nesta segunda-feira (9) pela Justiça.
Uma reportagem do "Fantástico", da TV Globo, exibida no domingo (9), mostrou Cleber Alves Salazar, proprietário da Power Bombas Manutenção e Instalação Ltda., negociando a venda de um sistema eletrônico, acionado por controle remoto, para que as bombas forneçam menos combustível do que a quantidade aferida no painel. Cada controle custa R$ 5.000.
Ele não sabia que estava sendo filmado.
"Você coloca o bororó para rodar. Em três meses, está pago. O resto da sua vida você vai ganhar dinheiro", disse o empresário, na reportagem.
Nesta segunda-feira, o Ministério Público Estadual do Paraná e a Delegacia do Consumidor de Curitiba abriram investigação contra Salazar, sob suspeita de participação em crimes de formação de quadrilha, estelionato, corrupção ativa e passiva, sonegação fiscal e crime contra a ordem econômica e as relações de consumo.
Entrevistado posteriormente pela reportagem do "Fantástico", Salazar negou envolvimento na fraude, disse que a denúncia era "absurda" e que tem certificação do Inmetro e do Ipem (Instituto de Pesos e Medidas) para trabalhar.
O advogado do empresário, Anderson Gaspar, afirmou ao Ministério Público que seu cliente irá se apresentar espontaneamente à polícia. A Folha ligou para o escritório de Gaspar na noite de hoje, mas ninguém atendeu.
POSTOS INTERDITADOS
A empresa de Salazar, com sede em Curitiba, atende cerca de 40 postos da cidade. Depois das denúncias, o Ipem suspendeu o credenciamento da Power Bombas por 60 dias, e os postos atendidos por ela só poderão fazer manutenção em suas bombas com autorização prévia.
O órgão também realizou uma operação nos postos atendidos por Salazar, em parceria com a delegacia do consumidor. Até agora, oito bombas em dois postos de combustível da capital paranaense foram interditadas por irregularidades. Os estabelecimentos foram notificados e serão multados.
A polícia também cumpriu um mandado de busca e apreensão na sede da Power Bombas, onde foram apreendidos documentos, computadores, lacres e CDs. Todas as pessoas envolvidas com a empresa serão chamadas para depor.
Fonte: A Folha Online
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